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quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

O Haiti não é aqui?

Em meu texto de estréia por aqui, gostaria de analisar junto aos amigos visitantes a situação do Haiti.

Todos sabem que a situação por lá, de tão calamitosa, chegaram a sugerir a transferência dos Haitianos para a África, que não é modelo de qualidade de vida pra ninguém.

Mas claro que essa mudança beira a utopia. Porém o que me deixa indignado, e gostaria de dividir essa opinião, é o fato de empresas estarem se aproveitando do Haiti para fazerem ações de marketing.

Uma famosa rede mundial de lanchonetes, por exemplo, a mesma que ajuda o hospital do câncer revertendo uma porcentagem de seu principal lanche, em uma data específica, resolveu doar R$1,00 a cada um desse específico lanche que for vendido. A promoção que ajuda o Hospital do Câncer, embora toda a ajuda seja bem vinda, beira o engano, uma vez que poucos sabem que apenas um percentual sobre o lanche é revertido, não sobre o combo, a que muitos compram. Bom observar aqui que nessa data específica, essa rede de lanchonetes bate todos os recordes de vendas.

Outro exemplo: uma das maiores redes de hipermercados do Brasil colocou uma modesta caixa recolhendo donativos para o Haiti. Tudo bem! Mesmo que fosse pra usar a ajuda como ação de marketing na mais pura política do "uma mão lava a outra". Mas não seria muito mais bonito se essa rede anunciasse que está doando tantas toneladas de alimentos, sem depender diretamente de seus clientes?
Outro ponto que eu gostaria de destacar, que vai além dos lucros e da ganância empresarial: quantos "haitis" temos em território nacional. Ontem mesmo, não me lembro se no Jornal Nacional ou no Jornal da Band, apareceu uma reportagem onde o sertanejo declarava que ele tinha que andar muitos quilômetros atrás de água. E não era limpa, potável! Animais estavam morrendo de sede e pessoas subnutridas, sem o menos acesso à assistência social ou tratamento médico, enquanto estamos exportando todos esses recursos ao devastado país da América Central.

Podem me julgar como egoísta, por estar olhando apenas para o próprio umbigo. Mas tenho a minha opinião formada: antes de ajudar aos outros, é preciso ajudar a sim mesmo! Apenas para ilustrar, vou criar uma parábola. Imagine você, que não sabe nadar, naufragando em pleno oceano. Ao lado você vê uma pessoa nas mesmas circustâncias. Você vai ajudá-la ou vai procurar se safar primeiro para depois tentar ajudá-la? Pense nisso!

2 comentários:

  1. Pelegra, eu tenho um ponto de vista parecido com o teu. Eu levo uma frase comigo de um livro bastante importante que li. A maior caridade se faz em casa.

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  2. Pelegra, eu vejo o Brasil(pais que mais se mobilizou com o Haiti)como uma casa que sofre com infiltração e ao inves de tomar as medidas internas para evitar a deteriorizacao de suas paredes decide apenas renovar a pintura externa deixando a casa com aparencia bonita por fora, mas por dentro esta podre ,...um dia a casa cai

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