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quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Haja Paciência!

Depois de muito tempo sem uma única postagem por aqui, vamos ver se eu consigo voltar à ativa no blog. Pretendo inclusive fugir um pouco do tema social logo em breve.




Mas nesse post vou manter as origens e vou comentar mais um de nossos tantos problemas sociais: a saúde pública.



Ontem tive o “privilégio” de assistir ao Jornal Nacional (hoje já não terei tempo pra isso). No principal programa jornalístico da TV brasileira, me causou estranheza o casal 20 do telejornalismo se vangloriar porque após a visita do JN no Ar o atendimento em um hospital público de Porto Velho – RO melhorou.



Tudo bem! Pode ter melhorado sim! Mas ainda está longe do ideal... Muito longe!



O diretor do hospital em questão, com um sotaque tipicamente boliviano, dava as justificativas do mau atendimento enquanto a reportagem mostrava algumas benfeitorias.



No mesmo momento me perguntei: “quantos hospitais iguais a esse existem por esse Brasil?”



Se Porto Velho, que é uma capital de estado, apresenta esses problemas, como estarão os rincões mais afastados.



Tudo bem! As Organizações Globo tentaram cumprir com o seu papel social, coisa e tal... mas não seria preferível que eles levassem a fundo, por exemplo, o jornalismo investigativo sobre o desfalque de milhões de reais da FUNASA, fazendo com que, pela pressão da opinião pública, toda essa verba desviada retornasse aos cofres públicos com punição exemplar aos culpados?



Não sei! Tudo isso as vezes me parece um grande jogo de maquiagem...



Não vou entrar aqui na paranóica seara de que a TV manipula as pessoas e engana a todos com uma falsa sociedade, até porque acredito que essa seja a função de teledramaturgia e restrito apenas àqueles que preferem entrar de cabeça nesse mundo. Não posso acreditar que o jornalismo esteja se dedicando a isso.



Sim! Porque o jornalismo é bastante sério! Tente algum órgão ameaçar a tal “liberdade” de imprensa pra ver a seriedade com que são conduzidas as matérias, sem o mesmo oba-oba de Porto Velho.



O fato de o Globocop ter sido baleado no Rio, inclusive, foi encarado por eles como falta de liberdade de imprensa!



Mas voltando à saúde pública, parei pra pensar em algumas denominações... Por exemplo: quem se interna em um hospital é denominado paciente. O significado dessa palavra está bem clara nos dicionários. Vem do latim. Paciente é que ou quem sofre sem reclamar, conformado, resignado, submisso; que ou quem tem paciência; que espera tranquilamente; que não desiste.



Será que a grande saída para os nossos graves problemas na saúde pública é deixarmos de ser “pacientes”, então?

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Um Senhor Centenário

Ele é de origem humilde, se dirige aos maloqueiros e sofredores e, talvez por isso, arraste multidões. Seus fãs são inúmeros e esse ano todos estão felizes porque ele completa 100 anos!




“Ih, lá vem o Pelegrim falar do Corinthians dele!” devem estar pensando os amigos leitores! Ledo engano! Estou me referindo àquele que canta e encanta de Vila Esperança ao Jaçanã, o grande Adoniran Barbosa.



Na verdade, Adoniran Barbosa é o nome artístico de João Rubinato, que além de cantor e compositor era ator e humorista.



Entre os personagens interpretados está o famoso Charutinho, que rendeu apelido ao nome artístico de Adoniran. Filho de imigrantes italianos, Adoniran, na verdade, nasceu em Valinhos-SP, aos 6 de agosto de 1912. Porém, para poder trabalhar legalmente, para ajudar a humilde família, seus documentos foram adulterados para nascimento em 1910 e, por isso, comemora-se o centenário dele.



E só pra não dizerem que eu não falei nada sobre o outro centenário que comemoramos esse ano, vejam essa composição de Adoniran:



como é bom ser alvi-negro

ontem, hoje e amanhã

respirar o ar mistura

do Tietê a Tatuapé

lá no alto a velha Penha

Da Anchieta e Bandeirantes

Ver São Jorge lá na lua

Abençoando a fazendinha

Onde mora um gigante

Tem igreja e tem biquinha



Coríntia, Coríntia

Meu Amor é o timão

Coríntia, cada minuto

Dentro do meu coração



Belém, Vila Maria e Moóca

E São Paulo extensão

Mogi, Guarulhos, Itaquera

Tudo vibra coringão

É o coríntia de nóis tudo

É Paulista é campeão



Mas eu não posso ficar nem mais um minuto falando sobre esse amigo do Arnesto que mora no Brás. Se o senhor não tá lembrado, dá licença de contar. De tanto levar “frechada”, de tanto dar volta em volta da “lâmpida” pra se esquentar. O mestre falou que hoje não tem vale, não! Me vali de fragmentos dos maiores sucessos de Adoniran Barbosa apenas para citar que um artista desse quilate, morreu pobre. Muito por opção de vida, é verdade.



Mas o principal legado que Adoniran nos deixou, em uma época em que o samba era discriminado e era comum sambistas incrementarem suas composições, usando a segunda pessoa e falando de coisas belas, Adoniran arrepiava o Prof. Pasquale, usando e abusando de licenças poéticas e de palavras, além das já citadas acima, como “falo” (falou), “te” (até), “nóis” (nós) entre outras, expondo o jeito paulistano de falar e, além disso, trouxe ao grande público assuntos como despejo na favela, moradores de subúrbio que precisam pegar trem para se deslocar, enfim! Popularizou de vez o samba paulista.



E, em época de carnaval, paramos para refletir a seguinte questão: quem dera nossas vidas fossem tão igualitárias e sociais como um bloco de carnaval, onde entra quem quer, vai fantasiado se quiser, segue o bloco quem quer e no final todos se divertem!

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

O Haiti não é aqui?

Em meu texto de estréia por aqui, gostaria de analisar junto aos amigos visitantes a situação do Haiti.

Todos sabem que a situação por lá, de tão calamitosa, chegaram a sugerir a transferência dos Haitianos para a África, que não é modelo de qualidade de vida pra ninguém.

Mas claro que essa mudança beira a utopia. Porém o que me deixa indignado, e gostaria de dividir essa opinião, é o fato de empresas estarem se aproveitando do Haiti para fazerem ações de marketing.

Uma famosa rede mundial de lanchonetes, por exemplo, a mesma que ajuda o hospital do câncer revertendo uma porcentagem de seu principal lanche, em uma data específica, resolveu doar R$1,00 a cada um desse específico lanche que for vendido. A promoção que ajuda o Hospital do Câncer, embora toda a ajuda seja bem vinda, beira o engano, uma vez que poucos sabem que apenas um percentual sobre o lanche é revertido, não sobre o combo, a que muitos compram. Bom observar aqui que nessa data específica, essa rede de lanchonetes bate todos os recordes de vendas.

Outro exemplo: uma das maiores redes de hipermercados do Brasil colocou uma modesta caixa recolhendo donativos para o Haiti. Tudo bem! Mesmo que fosse pra usar a ajuda como ação de marketing na mais pura política do "uma mão lava a outra". Mas não seria muito mais bonito se essa rede anunciasse que está doando tantas toneladas de alimentos, sem depender diretamente de seus clientes?
Outro ponto que eu gostaria de destacar, que vai além dos lucros e da ganância empresarial: quantos "haitis" temos em território nacional. Ontem mesmo, não me lembro se no Jornal Nacional ou no Jornal da Band, apareceu uma reportagem onde o sertanejo declarava que ele tinha que andar muitos quilômetros atrás de água. E não era limpa, potável! Animais estavam morrendo de sede e pessoas subnutridas, sem o menos acesso à assistência social ou tratamento médico, enquanto estamos exportando todos esses recursos ao devastado país da América Central.

Podem me julgar como egoísta, por estar olhando apenas para o próprio umbigo. Mas tenho a minha opinião formada: antes de ajudar aos outros, é preciso ajudar a sim mesmo! Apenas para ilustrar, vou criar uma parábola. Imagine você, que não sabe nadar, naufragando em pleno oceano. Ao lado você vê uma pessoa nas mesmas circustâncias. Você vai ajudá-la ou vai procurar se safar primeiro para depois tentar ajudá-la? Pense nisso!